PROGRAMA LABORATÓRIOS F.I.A – FORMAÇÃO INTENSIVA ACOMPANHADA
31.01.2020
Horário: 11h às 16h30
LABORATÓRIOS FIA JANEIRO:
Sofia Neuparth, Margarida Agostinho e Peter Michael Dietz
LABORATÓRIOS FIA FEVEREIRO:
3 a 7 – Sofia Neuparth e Margarida Agostinho (sem título)
10 a 14 – Luz da Camara – (des)teceres
(des)teceres
Com Luz da Camara
De 10 a 14 de Fevereiro
Das 11h às 16h
O foco da minha pesquisa são as atmosferas entendidas como aquele momento imediatamente anterior à cisão Sujeito/Objecto, ou seja, o Eu /Outro.De uma forma mais poética ouvir o sussurro do momento, um sussurro que nos une, que nos é comum, seja lá quem e o que for este NÓS naquele preciso momento e de que forma se relacionam entre si. Preparar-me para a escuta desse sussurro abre a possibilidade de substituir o EU por NÓS.
“(E que o Objeto/Outro seja) uma requintada armadilha destinada a valorizar o espaço ambiente em volta e fora dela”. Laurence Durell
“Método deste trabalho: montagem (…). Não tenho nada a dizer. Só a mostrar. Não vou roubar nada de valor, nem me vou apropriar de nenhuma formulação transcendental. Mas os farrapos, os detritos, esses não os quero inventariar, mas deixá-los vir da única maneira possível: usando-os” Walter Benjamin, das Passagen-Werk, trad . Luz da Camara
“É do grande caos interior que se pare a estrela que baila” Nietzsche
17 a 21 – Sofia Neuparth e Margarida Agostinho (sem título)
24 a 28 – Ana Mira – Laboratório de Dança e Filosofia
Laboratório de dança e filosofia
Com Ana Mira
De 24 a 28 Fevereiro
Das 11h às 16h
Laboratório de dança e filosofia:
Num movimento de aproximação entre a dança e a filosofia, segundo a sua “afinidade” pela perspectiva de Maria Filomena Molder em Benjamin, Leitor de Baudelaire (Relógio d’Água, 2011), pretende-se, por um lado, escutar alguns problemas e conceitos filosóficos presentes nessa obra e, por outro lado, traduzi-los em partituras de improvisação e composição coreográfica suscitando uma prática filosoficamente reflexiva na formação do gesto.
Biografia
Ana Mira dedica-se à investigação, ao ensino, à performance e à escrita no campo da dança e filosofia. Estudou práticas somáticas e dança contemporânea no C.E.M. e no Fórum Dança, aprofundando esse estudo em outros centros de dança na Europa e nos Estados Unidos. Completou o mestrado e o doutoramento em Filosofia /Estética na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa, em 2014, sob orientação de José Gil e como bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Na performance de dança, destaca a sua colaboração com os coreógrafos Pauline de Groot, Russell Dumas e Rosemary Butcher e a sua adaptação do solo “At Once” (SPCP/2009), de Deborah Hay. Tem vindo a leccionar em centros académicos e artísticos internacionalmente e, no momento actual, na Escola Superior de Teatro e Cinema (Corpo), no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual (Estética) e no C.E.M (Dança e Filosofia). Encontram-se publicados os seus ensaios de dança e filosofia: “Caminha a tua vida: a autobiografia como acto crítico em “Still/Here” de Bill T. Jones (1994)” (Vendaval, 2019),“Contornos de inexistência” (Teatro Municipal do Porto/INCM, 2018), “Afectivo Primitivo” (Nuisis Zobop/Instituto de Filosofia-Universidade do Porto, 2017), “Sensorial document” (Journal of Dance and Somatic Practices, 2016), entre outros. É investigadora no IFILNOVA – Instituto de Filosofia da Nova (FCSH-UNL) e no baldio | Estudos de Performance.
LABORATÓRIOS FIA MARÇO:
2 a 6 – Rogério Nuno Costa
A Academia Enquanto Performance
Com Rogério Nuno Costa
De 2 a 6 Março
Das 11h às 16h30
Partindo da prática investigativa que me tem ocupado ao longo dos últimos 4 anos em Portugal e na Finlândia, proponho um laboratório experimental e experiencial que procure especular, colaborativamente, o futuro mais ou menos simples/mais ou menos condicional da “escola”, através do exercício (queer) da falha enquanto resistência, anti-corporativa/capitalista e anti-heteronormativa, aos atuais modos de produção de conhecimento. Proponho uma semana de discussões livres e errantes, (peri-)patéticas e des-alinhadas, onde possamos contar (falando, escrevendo, dançando, passeando, cozinhando, sendo…) a história futura que queremos que fique escrita no presente. Ou então ao contrário. Elaborando e ensaiando ficções pedagógicas radicais e fraturantes, construiremos em conjunto uma fábula para-artística e vivencial que faça a apologia do periférico e do marginal, do inconstante e do acidental, fazendo frente à cultura dominante, desafiando a convenção, desmistificando a autoridade. Um centro em permanente movimento. Ou uma academia enquanto performance.
Como ponto de partida inaugural para esta aventura, re-apresento, nesta nota introdutória, o texto que em 2018 escrevi a convite da Ana Bigotte Vieira e do João dos Santos Martins para o projeto “Para uma timeline a haver – genealogias da dança enquanto prática artística em Portugal”. É a (minha) história, pessoal e transmissível, do Centro em Movimento. E é uma das histórias futuras (ou do Futuro) que quero ver contadas no presente:
* A vida são dois dias, e um é para fazer Ballet!
O Centro em Movimento terá sido o primeiro espaço para-institucional de formação artística onde vi ser experimentada, em Portugal, uma utopia educacional “trans-genérica” e holística: sem hierarquias disciplinares, sem pré-requisitos de entrada segundo lógicas de exclusão, sem avaliações matemáticas de talento. As aulas de Ballet da Sofia Neuparth, juntamente com outros laboratórios de “liberdade assistida” (Espaço Experimental, Zona Z…) oferecidos pelo CEM, eram o epítomo dessa ética plural, arriscaria dizer queer — qualquer corpo seria, em potência, um corpo-Ballet. Seria essa a razão pela qual as aulas eram frequentadas por tantos corpos desenquadrados (etariamente), excluídos (das Escolas e não só) ou deformados (nenhuma condição era “incapacitante”). Corpos não-condizentes. Plurais. A importância que este Ballet, na sua condição filosófica/dogmática de paradoxo absoluto, operou na formação do meu pensamento (pensamento que também é corpo, aprendi-o com a Sofia), foi fundamental para o exercício crítico de desconstrução e re-formulação de axiomas (incorruptíveis para uma certa normatividade da art contemporain centro-europeia…) que estruturou a minha prática textual-performativa nos seus anos inaugurais. O título desta entrada, uma das mais insistentes catchphrases da Sofia, resume, num quase-mantra, esse sítio a-temporal e ilógico onde aprendi a acreditar em possibilidades “meramente” teóricas, sem medo de ser engolido pela Gravidade.
Rogério Nuno Costa
Mais: https://rogerionunocosta.com/multiversity/
Bio
Rogério Nuno Costa. Amares, 1978. Ator, encenador, dramaturgo, investigador, professor, curador e escritor, desenvolve trabalho de caráter transdisciplinar (teatro, dança, artes visuais, literatura, filosofia). O seu trabalho gravita em torno da “documentação” enquanto prática e enquanto conceito, aplicando as operações de registo, sistematização e organização arquivística a ações performativas de cariz efémero. Cria espetáculos, performances, conferências, instalações e textos ensaísticos que exploram contextos públicos e privados, interconectando cultura erudita e cultura pop, discursos autobiográficos e estratégias comunicacionais de teor viral. Nesses projetos, assume os papéis de performer, diretor artístico e consultor. Formação académica em Ciências da Comunicação e em História da Arte Contemporânea. Mestre em Visual Cultures, Curating and Contemporary Art pela Aalto University (Finlândia). Enquanto intérprete, co-criador e colaborador artístico, trabalhou com Mariana Tengner Barros, Patrícia Portela, Teatro Praga, Sónia Baptista, Lúcia Sigalho, Teresa Prima, Joclécio Azevedo, Susana Mendes Silva, entre outros. Colaborador assíduo da companhia Estrutura (Cátia Pinheiro e José Nunes). O seu trabalho tem sido apresentado em diversos contextos nacionais e internacionais, destacando: Advancing Performing Arts Project, Alkantara Festival, Centro Cultural de Belém, Binaural, Dance Kiosk, O Espaço do Tempo, E-Motional/Re-thinking dance, Kaapelitehdas/Itse Kolmantena Festival, Nomad Dance Academy, Quarta Parede, Transforma, Circular – Festival de Artes Performativas de Vila do Conde, Atelier Real, TAGV, Tanzfabrik, mala voadora, Museum of Impossible Forms, Porta33, baldio – estudos de performance, etc. Desenvolve trabalho de investigação na Aalto University (Finlândia), onde se encontra instalado o seu projeto meta-académico University/Yliopisto, e ainda no Núcleo de Investigação em Estudos Performativos da Universidade do Minho. É professor convidado na Universidade do Minho (Guimarães), leccionando o Laboratório de Criação no contexto da Licenciatura em Teatro. Foi professor convidado na Escola Superior de Artes e Design (Caldas da Rainha) e na Hogeschool voor de Kunsten (Arnhem). Escreve regularmente para publicações ligadas ao pensamento artístico e colabora com vários artistas na condição de consultor, dramaturgo e editor/coordenador editorial. Recentemente, fez a curadoria de projetos artísticos e educacionais para o Armazém 22, Fórum Internacional de Gaia e Ballet Contemporâneo do Norte, estrutura na qual é artista associado desde 2015. Para além de Portugal, o seu trabalho já foi apresentado em França, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Alemanha, Croácia, Roménia, Estónia, Finlândia, Canadá e Estados Unidos.
9 a 13 – Fernando Ramalho – Como desaparecer completamente? Música para mobilar o quotidiano.
Como desaparecer completamente? Música para mobilar o quotidiano.
Com Fernando Ramalho
De 9 a 13 Fernando Ramalho
Das 11h às 16h30
No princípio. No princípio, há precisamente cem anos, Satie esbracejava por entre a audiência da exuberante Galerie Barbazanges. Como se atreviam a prestar mais atenção à peça musical que ele compusera, e que vários músicos executavam espalhados pela sala, do que aos candeeiros ou às cadeiras? Ou à temperatura ou à luz? Ou a dois dedos de conversa no intervalo de uma peça de teatro? Música-decoração.
Antes do princípio. Antes do princípio, na pré-história da Muzak Inc., já muitos comerciantes do outro lado do oceano tinham percebido que para os clientes não se distraírem da sua função de clientes, seria preferível que a música saísse das paredes, pela instalação eléctrica. A música produzida por um corpo ausente. Música-função.
Depois do princípio. Depois do princípio, não faltou quem se dedicasse a pensar a música e o som na intersecção das características de um determinado espaço com o seu uso quotidiano. Cage na sala de estar. Eno na sala de espera do aeroporto. O corpo continua ausente. Música-intersecção.
Regressar ao princípio. Regressar ao princípio é retomar o desafio do intempestivo Satie. A relação entre a música e o corpo que a produz como camada do cenário quotidiano. Corpo presente. Como, então, ludibriar a atenção? Como é que o aparecimento do corpo pode operar como corpo que desaparece? Um corpo que não se invisibiliza, mas que se mostra no seu desaparecimento. Corpo-mobiliário.
Fernando Ramalho é músico e artista sonoro. Uma boa parte dos seus trabalhos pode ser ouvida em https://berlau.bandcamp.
16 a 20 – Sofia Neuparth e Margarida Agostinho (sem título)
23 a 28 – Pedro Ramos e Álvaro Fonseca
Práticas de incorporação e reflexão sobre a vida-natureza
Com Álvaro Fonseca e Pedro Ramos
O corpo humano está inserido no mundo sensível e complexo que o rodeia e nutre. A possibilidade de re-aproximação e integração dos diversos caminhos de conhecimento sobre esse “mundo-mais-do-que-humano”, desde os ritos e credos, às ciências e à criação artística, é o ponto de partida para práticas de movimento e de reflexão que convocam uma visão alargado sobre o corpo enquanto unidade psicofisica, como “um pedaço de natureza a ser conhecido”.
Com base em percursos pessoais que vêm da investigação do corpo e das artes performativas ou da biologia e ecologia, Pedro Ramos e Álvaro Fonseca propõem uma semana de práticas de exploração e reflexão em conjunto, que abarcam o treino sensorial, de movimento e criação, partindo de perguntas sobre a relação do corpo com o entorno, sobre os processos de percepção e de consciência da vida, e sobre os conceitos/significados de vida, natureza ou evolução.
LABORATÓRIOS FIA ABRIL:
De 30 Março a 4 Abril
30 de março a 4 de abril 2020
11h às 17h
O que pode a escuta?
ESTUDOS PARA A POSSIBILIDADE
Mariana Lemos convida João Valinho
A plataforma de encontros O QUE PODE A ESCUTA é uma prática de pesquisa e criação de possíveis relações entre som e movimento. Toma a forma de encontros criados entre sons, músicas, danças, bailarinxs, músicxs, poetas, criadores, num espaço aberto para desejo, fruição, erro, atrevimento, busca de liberdade. Impulsionada pela bailarina Mariana Lemos, emerge em 2018, numa estreita conexão com a cidade de Lisboa, fruto de um caminho de pesquisa artística transdisciplinar dentro da filosofia de trabalho do c.e.m – centro em movimento.
O desenho da semana será assim:
MANHÃS DANÇANTES
11h às 13h : corpo, dança e movimento. Práticas de dança, partilhas de descobertas, escutas sensíveis, desejos de criação… música música música… silêncio que acontece sozinho.
TARDES DE 30 março e 3 abril
14h às 17h : partilha de percursos de vida dançantes, experimentações breves, gestos coletivos, o brilho das singularidades. Tremer, abanar o encontro e amassar as ideias… amar o desconhecido.
Nos dias 31 março, 1 e 2 abril
TARDES DE IMPROVISAÇÃO LIVRE
14h às 17h : com a presença do João Valinho em gestos, imagens, palavras, som, bateria, percussão, objetos e mais…
ESTUDOS PARA A POSSIBILIDADE
A experiência da acção como a consciência desta. Toda a contingência constitui o mesmo mundo. Todas as acções são oportunidade. Em três sessões serão explorados movimentos e sons, numa articulação do ser com a acústica e a contemplação de todas as possibilidades desta. Pela procura de novas relações, numa pesquisa pela tenção da acção, a escuta e a presencialidade.
bios
João Valinho, músico português oriundo dos subúrbios de Sintra. Em 2017, após conclusão dos estudos em Belas-Artes, inicia um percurso na música, procurando conceber e executar música nas suas práticas contemporâneas e de abordagem experimental, com actividade no fulgurante panorama de música improvisada lisboeta, do freejazz à música near-silence, com colaborações com música electrónica e interdisciplinares com dança. Desde então, tem tido a oportunidade de aprender e trabalhar, em estúdio como ao vivo, com músicos de excelência, nacionais e internacionais, com projectos e novas edições no horizonte
Mariana Lemos é uma professora apaixonada, uma bailarina inquieta, uma produtora aprendiz. Tem descoberto que as suas maiores paixões vêm do acompanhamento dos processos artísticos de outras pessoas, alguns a começar a carreira, outros na continuidade da insistência em encontrar e tecer caminhos na vida. Neste sentido tem caminhado lado-a-lado de bailarinos, músicos, performers, artistas visuais, atores, etc. Tem sido acompanhada por Sofia Neuparth desde 2004 e já realizou muitos projetos com parcerias importantes e sólidas ao longo dos quase vinte anos de trabalho. Destaca a companhia desde 2002, de Lysandra Domingues, com quem vem criando práticas de proximidade intergeracionais com o Coletivo Lagoa, juntamente com Clara Bevilaqua e Guilherme Calegari. Fez a Licenciatura em dança no Brasil, na Unicamp e o Mestrado em Lisboa, na ESD, em pedagogia da dança. Recentemente foi bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar com Christine Greiner na PUC/Comunicação das artes do corpo. Continua a estudar e a investigar em corpo diariamente. Vive e trabalha em Lisboa desde 2004 sempre ligada ao trabalho do cem – centro em movimento, como filosofia de vida e prática artística.
6 a 10 Abril – Peter Michael Dietz – Springtime with the smell of hope…..
Springtime with the smell of hope…..
Com Peter Michael Dietz
De 6 a 10 de Abril
Das 11h às 16h30
FIA APRIL 2020
Springtime with the smell of hope…..
Let´s cherish this moment of time…
When the nature gives us new lives and a kind of ( It´s possible)..
Listening to the breath pulsing throughout our veins…
To sense that we will invent possible new step and modes,
that can be an absolute surprise during the curse…
Time as a factor of letting go to have this experience/
Experiences… This body in motion…
The pulse of one or more rhythms, influencing how we
Activate the soul of communicating…..
It will be great and really awesome, the mouth of going
Beyond our capacity…. PMD 2020