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Pessoas do c.e.m

Sofia Ó

Sofia Ó (São Paulo, 1991) é artista e investigadora da dança interessada no corpo como experiência de encontro e espaço de invenção de liberdades.

Suas criações se nutrem da experiência de viver com, e tomam forma em peças de dança, ações performativas, escritas e práticas de partilha de saberes.

Iniciou seus estudos em dança na cidade de São Paulo em 1994, desenvolvendo até 2015 a prática em balé clássico (destaque-se os estudos no estúdio Cisne Negro e na Escola de Dança de São Paulo) e em dança contemporânea, entre 2008 e 2017 (especialmente junto ao Estúdio Oito Nova Dança, com direção de Lu Favoretto).

Entre 2009 e 2015, formou-se nos cursos de graduação e mestrado em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, desenvolvendo pesquisas nas áreas de Antropologia e Ciência Política. De 2010 a 2018, foi pesquisadora do Núcleo de Sociabilidade Libertária (Nu-Sol – www.nu-sol.org), do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP, desenvolvendo pesquisas nas áreas dos anarquismos e do abolicionismo penal libertário, bem como ecologia, povos indígenas, governamentalidade planetária e práticas de resistência na sociedade de controle. Com o Nu-Sol, foi preparadora corporal e intérprete de 14 aulas-teatro, apresentadas semestralmente no teatro Tucarena (São Paulo), e é revisora de textos das publicações periódicas do núcleo, como a Revista Verve e a Revista Ecopolítica, para as quais também já colaborou como autora.

Atuou como educadora em museus e instituições culturais, tais como o Museu da Cultura – PUCSP e a Fundação Bienal de São Paulo, e presta serviços como auxiliar de pesquisa e produção de conteúdo para materiais didáticos de arte-educação. Foi professora e tutora do curso de Licenciatura em Sociologia da Universidade Paulista (UNIP).

É autora do livro “Teatro de Dança Galpão: experimentações em dança e práticas de resistência durante a ditadura civil-militar no Brasil” (Ed. Prismas, 2016), fruto de sua dissertação de mestrado orientada por Dorotea Voegeli Passetti.

É criadora e pesquisadora de diversos materiais didáticos da área de Artes, e colabora com importantes editoras, como FTD e Ática. É co-autora (responsável pela linguagem de Dança), da coleção Ser Protagonista – Linguagens (Ensino Fundamental – Anos Finais), adotada pelo Programa Brasileiro do Livro Didático brasileiro (PNLD).

Entre 2015 e 2017, orientou práticas de dança contemporânea em diversos espaços em São Paulo, período em que também foi assistente de outros professores em cursos de dança.

Em 2016, atuou como intérprete da intervenção urbana “Esquiva”, da Cia. Oito Nova Dança, com direção de Lu Favoreto.

Em 2017, mudou-se para Lisboa, onde reside atualmente, para participar do programa de investigação e criação O RISCO DA DANÇA (2017/2018) no c.e.m – centro em movimento.

Em 2018, recebeu apoio do Centro Nacional de Cultura para a criação de “Escavação” (Bolsa Jovem Criador), projeto também apoiado pelo c.e.m – centro em movimento e pelo Museu do Aljube. A instalaçao em dança criada neste projeto foi apresentada entre setembro de 2018 e abril de 2018 no Museu do Aljube, e também integrou a programação do festival Pedras’19. Neste mesmo festival, colaborou também como produtora.

Em 2019, passou a convidar práticas de dança regulares no c.e.m. Desde então, vem se aprofundando no estudo da partilha de convites como espaço de criação em dança.

Em 2020, recebeu o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian a Novas Criações em Dança, para a criação da peça de dança O NOME MAIS BELO DO MEDO. A peça foi criada entre São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa, atravessando uma pandemia e uma primeira gestação. Duda Maia, premiada diretora brasileira de teatro e musicais, criou a dramaturgia do trabalho. A cenografia foi concebida pelo consagrado cenógrafo brasileiro André Cortez, e o desenho de luz foi criado pela light designer Ligia Chaim. Sofia Neuparth acompanhou a criação e investigação em corpo, e o processo foi acolhido sempre pelo c.e.m, tanto em distância quanto em presença. “O NOME MAIS BELO DO MEDO” estreou em janeiro de 2022, no auditório principal do Centro Cultural da Malaposta, e se apresentou também no Teatro do Bairro, em março de 2022, sempre com excelente repercussão.

Em 2020, concebeu a vídeodança CARTAS ADIADAS, que obteve apoio da Fundação Itaú Cultural (BR), por meio do programa Arte como Respiro. A obra documenta a comunicação a distância entre mãe e filha, por meio de cartas dançadas. A trilha sonora original foi realizada por Luís Bueno e Raul Misturada. A vídeodança foi exibida na mostra online da Fundação Itaú Cultural e pelo Sesc Avenida Paulista (SP-BR). Ministrou o curso “a cena da dança na ditadura civil-militar no Brasil”, no Sesc Avenida Paulista, e no projeto Plano B.

Em 2021, realizou a direção artística do álbum-filme TUDO COMEÇA QUANDO EXPLODE, de Raul Misturada.

Em 2022, obteve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian à Dança (Coreografia) para a criação de TUK TUK TOUR: POSTAIS, BIBELÔS E SOUVENIRS, uma coreografia em trânsito pela cartografia de Lisboa sobre imagens cotidianas de colonialidade. Ainda no âmbito desta criação, coordena o grupo de estudos em pensamentos decoloniais, ajuntamento quinzenal para transpensar no c.e.m.