Sara Jaleco
“ O que me move é a dança e o espaço de relação e pensamento que ela abre quandocompartilhada. O que me alimenta é o desafio e o desejo de acompanhar pessoas de todas as idades em contexto de dança como forma de escuta e(m) acção. Tenho tido essa experiência a par e passo entre aulas e momentos de criação e pesquisa, em Portugal, França e África. O acasalar dos estudos body-mind com a dança marca o meu trabalho como encontro-caminho que potencializa o tecer dum corpo e dum pensamento incarnados, manifestantes, sensíveis, profundos, poéticos, relacionais e com garra. ”
Sara Jaleco (Pt/Fr) é bailarina investigadora e coreógrafa portuguesa, professora de dança e educadora somática pelo movimento, especialista em desenvolvimento motor infantil. Doutorada em Biologia (FCTU Coimbra/CNRS Montpellier), formada em Dança Clássica (Royal Academy of Dancing – Londres/Coimbra) e em dança contemporânea (c.e.m. – Portugal ; La Bellone, Piano Fabriek – Bélgica ; La Nef, Le C.R.E.P.S., ICI-Centre Chorégraphique de Montpellier – França), obtém o DU (Diplôme Universitaire) Art et Créativité – pratiques de soins, pratiques éducatives – opção dança (Univ. de Nîmes – França), e termina a formação em Body-Mind Centering®-BMC (SOMA, Paris) como bolseira da Fundação Gulbenkian sob orientação da performer Nadia Vadori-Gauthier, tornando-se professora certificada de BMC® em 2019. O seu trabalho é profundamente marcado pelos encontros com Thierry Raymond, Sofia Neuparth, Bonnie Bainbridge Cohen, Mariana Lemos, Peter Michael Dietz, Kirstie Simson, Julyen Hamilton e Maya Carroll.
Sara trabalha com dança, corpo, movimento, artes, educação e somática, com bebês, crianças, adolescentes e adultos, na Europa, América do Sul e África Negra. Acompanha, desde 2016, em sessões individuais e em grupo, bebés, crianças e adultos pela
prática do BMC e da dança, em França e Portugal. Intervém igualmente em creches e escolas, junto de crianças e de auxiliares de educação. A partir de 2017 é assistente na formação de BMC em Espanha, dirigida por Patricia Gracia e Walburga Glatz. Tem trabalhado no Cem (Lisboa), na Universidade (Coimbra e Montpellier) e na Cia Didier Théron (Montpellier). Trabalha com várias Companhias e Colectivos em França e em Portugal: Cia LeMooveNeMent, da qual é a directora artística, Cie Didier Théron, Cie Dakipaya Danza, Cie Action de L’espace, Cie La Veloce, Cie Samorodok, Cie Marie-Louise Bouillonne, Cia Nuits Partagées, CEM, Colectivo Lagoa, Cie Atempo, entre outras.
Dança com e para os coreógrafos Waldemar Kretchkowsky (Dyptique: du cygne et Oh-mage; Tempelhof), Mathilde Duclaux (Avec ou sans plis; Hommage à Doris; Un Secret Perché), Anaïta Pourchot (Fibre), Chloé Dehu (Figures), Jöelle Gay/Félicia Moscato (Billie; Smoking). Dirige desde 2007, em Montpellier, o colectivo de criação e pesquisa em dança LeMooveNeMent, com o qual cria as peças de dança e performance Anatomie Émotionnelle, La stratégie de la rencontre, Derrière les viscères le baisers, Corps en Manifeste. Em 2009 é bailarina embaixadora do projecto Uma carta coreográfica, de Madalena Vitorino, em Montpellier. Em 2013, em Lisboa, acompanha, na direcção artística, o solo C.R.U. de Mariana Lemos e Sofia Neuparth e apresenta a performance de rua corpo)(ao)(largo no Festival Pedras do c.e.m.. En 2016 cria e interpreta Trois présences clandestines, com Annabel Guéredrat e Cécile Brousse, em residência artística em Paris no CND/Micadanses/Le 104, e em Lisboa na Escola das Gaivotas. É uma das fundadoras do Coletivo Lagoa em 2016, com o qual co-cria MUTIRÃO, um espectáculo para famílias co-produzido e apresentado em Junho 2017 na Culturgest (Serviço Educativo). Com Lagoa co-produz o evento Alagar – práticas artísticas e
pedagógicas atravessadas por pessoas de todas as idades, dentro do qual orienta o Lab de criação em dança Blind Date, junto de Tuca Pinheiro (Br).
Em 2024/2025, com o desejo de partilhar e integrar práticas de fazer junto, Sara dedica-se a dois colectivos de investigação e composição coreográfica instantânea, através da sua participação nas formações profissionais para artistas maduros, Bodies In Composition – Casa Blue (CDC de Grenoble) e Corps Sismographe – Le Prix de l’Essence (Micadanse, Le Regard du Cygne em
Paris). Na direcção de LeMooveNeMent, a sua intenção é criar arte e elos entre pessoas e lugares com uma abordagem de ecologia humana. As suas últimas peças são: TransHumÂncia, um longo caminho sobre migração, corpo, vitalidade e abrigo; VIBRATIONS, um duo de dança e música com composição instantânea; CHAOS, um espetáculo de dança, objetos e música, dedicado à primeira infância e aos adultos acompanhantes; e Chorég’Abri, um projecto de dança e construção ecológica para jovens dos 11 aos 17 anos. Em 2025 inicia-se o projecto de criação e mediação Le Ventre de la Terre, de dança, anatomia reinventada e sonhos sonore, e a criação colectiva TENDRE, uma homenagem à ternura da passagem vida morte vida. Para Sara Jaleco, o BMC e a dança são uma abordagem viva e contínua de uma escuta activa do corpo, do mundo, social, emocional, físico, político…