Mariana Lemos
(1979)
Mestre e licenciada em dança, bailarina, professora, criadora, mediadora cultural com experiência de trabalho regular entre Brasil e Portugal desde 2004.
Foi bolsista da FCG/Fundação Calouste Gulbenkian (2013/2014), onde frequentou o curso de Comunicação das Artes do Corpo, na PUC/SP/Brasil, sob orientação de Christine Greiner. É mestre em Metodologias do ensino da Dança pela ESD – Escola Superior de Dança de Lisboa (2011). Licenciada em Dança pela UNICAMP/ Brasil (2002) onde trabalhou com Holly Cavrel e a Cia Domínio Público (2002-2004). Desde 2004 vive e trabalha em Portugal, como parte integrante da equipa de fundo do centro em movimento, onde é professora e acompanhadora de percursos artísticos. Destaca a orientação e o acompanhamento do seu trabalho por parte de Sofia Neuparth. Outro artista fundamental no seu crescimento é Peter Michael Dietz. No c.e.m, encontrou-se também com Margarida Agostinho, Luz da Câmara, Yola Pinto e Ainhoa Vidal. No cotidiano, vem aprendendo a produção relacional com Cristina Vilhena. Com uma atividade variada entre formação, criação, produção e desenvolvimento de projetos, em 2020, destaca a residência artística na Porta 33, no Funchal/Madeira no âmbito do projeto COALESCER: projeto que liga corpo, desenho e filosofia, criado pela artista Ana Mira e financiado pela DGARTES. Em 2019 foi ainda uma das artistas mediadoras no projeto Descola/EGEAC entre o Museu da Marioneta e a Escola Artística António Arroio. Ainda em 2019 começou a aprofundar a sua pesquisa com som e movimento, criando duetos e parcerias com músicos como João Valinho, Rodrigo Brandão, Thiago França, Raquel Reis, Luís Vicente e Tiago Righi. Como produtora independente na área da música experimental, destaca a organização dos concertos em 2019 em Lisboa, dos artistas brasileiros Rodrigo Brandão (Fábrica Braço de Prata, Crew Hassan e Casa do Capitão) e Thiago França (Penhasco). Em 2020, cria a AFARÁ realizações artísticas: uma nova forma de acompanhar e produzir trabalhos autorais e transdisciplinares, nas artes performativas, com ênfase na música, improvisação e experimentação.
No que diz respeito ao trabalho com comunidade e educação, em 2016 faz parte do surgimento do COLETIVO LAGOA: uma rede de artistas que nasce como um espaço colaborativo e afetivo de acompanhamento de percursos artísticos. Com a LAGOA (2017), realizou o projeto MUTIRÃO: uma criação coletiva, co-produzida pela Culturgest/Fundação Caixa Geral de Depósitos, com encenação de Ainhoa Vidal e apoio da GDA – Gestão dos direitos dos artistas. Com a parceria da produtora cultural e investigadora Lysandra Domingues, com quem colabora há mais de 20 anos, produzem juntas a semana Passar Tempo, um atl/residência artística com crianças dos 6 aos 12 anos, em Torres Novas/Teatro Virgínia. Vem acompanhando o percurso artístico de Clara Bevilaqua e Guilherme Calegari, onde destaca a difusão do espetáculo-instalação para bebés e famílias “Conversas de Corpo” em cartaz no Teatro da Trindade até Março de 2018, com apresentações no Teatro das Figuras (Faro), CAE (Sever do Vouga), Teatro Aveirense (Aveiro). Deu apoio à criação e direção de movimento da Incrível Banda de Monstros e outros Bichos, de Guilherme Calegari, no Festival BI (Lisboa), em Julho de 2018. Em Dezembro de 2018, estreou no Teatro da Trindade em Lisboa a sua primeira criação como encenadora: JUNTO: um espetáculo-instalação para e com bebés dos 0 aos 3 anos, suas famílias, amigos e escolas. Uma coprodução Teatro da Trindade/Fundação Inatel, com apoio dos Estúdios Victor Córdon/CNB e financiamento da GDA. Foi apresentado no CAE de Sever do Vouga, no CAA de Águeda, no Cine Teatro em Tomar, esteve em digressão em novembro no Brasil nas cidades de Salvador, Uberlândia e São Paulo e em 2019/2020 integrou a programação da Arte em Rede. Em Agosto de 2018 integrou o corpo docente do curso internacional “Performance as Counter-Choreography and Situated Inscription”, organizado pelo Laboratório de Crítica da Universidade Federal de Rio de Janeiro/Brasil (UFRJ), como membro do Hemispheric Institute, da NYU – New York University.
No contexto do trabalho sócio-artístico a partir do c.e.m, destaca no seu percurso de vida, o Projeto Ir. Teve início em 2005 e ao longo de oito anos desenvolveu um trabalho de corpo, dança e investigação artística no contexto da prostituição de rua, junto de mulheres trabalhadoras do sexo. Nasce então o solo de dança CRU que vem sendo dançado desde 2009, uma co-criação com Sofia Neuparth. A FCG-Fundação Calouste Gulbenkian apoia por duas vezes os projetos: em 2008, o filme coletivo Do corpo à palavra, com os realizadores Luciana Fina e Bruno Moraes Cabral e, em 2010, o Projeto-Piloto intergeracional TOCA, no contexto do bairro da Mouraria e Intendente, com Lysandra Domingues, produziu e coordenou o trabalho de 22 artistas.
Como intérprete-criadora, em Portugal, sublinha a experiência performativa com a Karnart, na perfinst premiada “Húmus” (2010) e em “Petróleo”(2014), sob a direção de Luís Castro. Com a coreógrafa Madalena Vitorino colaborou na exposição “Uma carta coreográfica” em 2009 e, em 2011, na performance Formosas para o Festival TODOS. Para o festival BI Intendente, em 2015, criou em homenagem às pessoas com quem trabalhou e conheceu na Casa dos Amigos do Minho (coletividade que desapareceu do Intendente em 2018), o dueto Beatriz, com a colaboração e performance de Mariana Viana e orientação de Sofia Neuparth.
Como investigadora em educação e criação, desenvolveu a formação profissional “Corpo Oriental” ao longo de três anos com Iris Lican e Baltazar Molina, junto de professoras de dança oriental. Colaborou com o Serviço educativo da Culturgest desde 2007 criando pontualmente visitas guiadas e oficinas para crianças. Em 2017, criou juntamente com Joana Ratão, a visita-guiada performativa para a exposição “A partir do Surrealismo”, da Fundação Millennium BCP. Foi professora na EPI – Escola Profissional de Imagem (jovens em formação de atores entre os 15 e os 18 anos) sob a coordenação pedagógica e o acompanhamento de Cristina Cavalinhos, entre 2016/17. Faz parte da criação da plataforma RED Revoluções em Dança (2010) uma plataforma colaborativa que articula formação, criação e pesquisa em dança, com: música, filosofia, antropologia, estudos de gênero e feminismos. Investe especialmente nas ligações entre pessoas e conteúdos, criando pontes entre lugares-mundo e corpos diversos.